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Combinação de energias limpas é um dos caminhos apontados no segundo dia do Ação Ambiental 2021

As potencialidades do oceano e das zonas costeiras como sumidouro de carbono, além do enfrentamento das mudanças climáticas com o uso de energias renováveis, são temas do Painel 2 do Seminário Ação Ambiental 2021, que reuniu especialistas em 08/12. Os participantes concordam que uma combinação de alternativas de energias renováveis é o melhor para o cenário econômico. “Quanto a sociedade quer pagar a mais para ter uma energia de fonte renovável? A solução seria baratear os custos das energias limpas, além de promover a eficiência energética”, sustenta Fernando Borensztein, diretor de Novos Negócios e Sustentabilidade da OceanPact.

A preservação do oceano e a economia azul foram destaques na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), que ocorreu em novembro deste ano. “As mudanças climáticas estão causando um impacto profundo na capacidade dos oceanos de continuar a fornecer esses valiosos serviços ecossistêmicos. Por outro lado, também é um ambiente que contribui para uma economia global de baixo carbono no contexto da transição energética”, afirma Andrea Lopes, especialista em Sustentabilidade da Firjan, que moderou o segundo dia do evento.

No seminário da Firjan sobre Economia Azul, com palestras até 10/12, Borensztein explicou que o conceito atual de sustentabilidade é o cerne da transição energética. Estudos apontam que mais de 70% das emissões de carbono mundiais vêm do setor de energia. No painel “Mudanças climáticas e oceano: caminhos frente às vulnerabilidades”, o diretor da OceanPact citou exemplos de combustíveis alternativos para embarcações, como gás natural liquefeito (GNL), hidrogênio, amônia e metanol. “Hidrocarbonetos ainda devem responder por 40% da frota em 2050; e a dupla hidrogênio e amônia, por 30%. Por isso, precisamos de mecanismos de captura de carbono”. Ele mostrou protótipos de navios movidos com ajuda de vela, além de frota elétrica e híbrida.

Sustentabilidade e sequestro de carbono em manguezais e outros ecossistemas costeiros foi o tema desenvolvido por Magno Botelho Castelo Branco, líder de projetos de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) da Ecosecurities. “Os mangues, restritos a regiões tropicais do mundo, estão sujeitos às ações das marés e estão ameaçados devido à elevação do nível do mar e à especulação imobiliária”. Nessas áreas, o carbono fica estocado no solo. Por isso, a importância de se preservar os manguezais e restaurar a hidrologia da região”.

Já Rodrigo Cappato, engenheiro elétrico líder da CorPower Ocean, empresa sueca de tecnologia de energia de ondas do mar, também aposta em integração energética. “O potencial de energia dos oceanos seria de 500 GW – 10% da capacidade global de eletricidade, semelhante ao potencial da energia nuclear, o que poderia reduzir de 1 a 2.2 gigatons/ano de carbono. Não acreditamos em solução única. A energia das ondas do mar se integra com as energias eólica e solar no grid, trazendo mais estabilidade para a rede”. O maior desafio da empresa, que vem testando protótipos, é produzir conversores que sobrevivam às condições extremas do mar.

No final do evento, foi apresentado o 1º episódio da websérie “Guanabara – Baía que resiste”, realizada pela O Eco e encomendado pela Fundação Grupo Boticário que é uma das patrocinadoras do Ação Ambiental. O seminário também conta com patrocínio da Ternium e da OceanPact.

Fonte: Firjan.