Cenário de negociações coletivas pós reforma trabalhista é tema de oficina
É na mesa de negociações que trabalhadores e empregadores discutem as questões relacionadas a acordos de trabalho e salários, entre outros aspectos ligados à atividade laboral. Para alcançar melhores resultados, é preciso dominar técnicas voltadas a essa prática.
Com o intuito de auxiliar líderes sindicais sobre o tema, que vai mudar de figura quando a nova legislação trabalhista entrar em vigor ainda neste ano, o Sistema FIRJAN, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae elaboraram realizaram a Oficina Aprimorando a Prática de Negociação Coletiva.
“O seminário faz parte do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), que busca capacitar os gestores sindicais. Essa é a segunda edição e tem como meta aprimorar a capacidade de negociação, além de trazer esclarecimentos sobre a reforma”, destacou Angela Portela, Analista de Desenvolvimento Sindical, da Gerência de Associativismo do Sistema FIRJAN.
Celi Soares, instrutora da CNI, explicou que a Lei nº 13.467/2017 traz limitação de pontos relacionados à negociação e autoriza outros que vão prevalecer sobre a lei. Segundo ela, é necessário ter conhecimentos jurídicos para garantir a segurança da empresa: “Com a reforma, o negociado prevalece sobre o legislado. Este ponto fortalece os sindicatos e faz com que as negociações tenham um papel fundamental nas relações trabalhistas”.
Técnicas de negociação
Segundo a instrutora, um dos principais pontos de uma negociação de sucesso é a satisfação recíproca entre trabalhadores e patrões. Os dois lados precisam entender que isso é primordial para alcançar uma boa relação de trabalho.
Cely também alerta que os sindicatos têm que ficar atentos a essas mudanças para acompanhar o processo de perto e, assim, minimizar erros durante as negociações: “Toda mudança tem que ser estudada e estruturada. O importante é saber que existem caminhos. Uma análise do contexto tem que ser feita para observar quais são as alternativas que cada sindicato possui”.
Sergio Yamagata, diretor-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Engenharia Consultiva e do Mobiliário de Niterói a Cabo Frio (Sindicem), frisou a importância da FIRJAN para esclarecer dúvidas de líderes sindicais em relação às mudanças advindas da reforma trabalhista.
“Temos que aperfeiçoar a questão jurídica dos sindicatos. É necessário entender como vamos mudar as nossas práticas de negociação a partir da vigência da nova lei. O diálogo será mais franco, e precisamos rever velhos conceitos”, pontuou.
Para Jorge Antônio de Faria, assessor da Presidência do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), fazer um mapeamento desse novo ambiente é fundamental para buscar estratégias para as empresas: “O trabalho que a FIRJAN desenvolve, com seminários e oficinas, é importantíssimo para esclarecer as nossas dúvidas. Isso permite que orientemos nossos associados da melhor forma possível”.
Além da parte teórica, a Oficina Aprimorando a Prática de Negociação Coletiva contou com uma dinâmica prática em que houve a simulação de uma mesa de negociação com o grupo participante.
O evento foi realizado em 16 de agosto, no Espaço Suporte Sindical e Empresarial da FIRJAN.
Fonte: Sistema FIRJAN